terça-feira, 17 de março de 2009

Minha Eterna Musa!


Vera, sempre foi mulher dos meus sonhos. Sua playboy (a última) está lá em minha casa guardadinha. Boa atriz, péssima atriz, sei lá... VERA sempre foi e sempre será uma mulher linda. Entrevista para a Revista Contigo!

Vera Fischer se achava ridícula e gordinha aos 20 anos. Hoje, aos 57, ela garante que se sente muito melhor, tanto física quanto mentalmente, descrição que pode ser encontrada na segunda autobiografia da atriz, Um Leão Por Dia. Mas, muito à vontade, sentada na cama king size no quarto de sua cobertura no Leblon, no Rio de Janeiro, ela resolveu ser muito mais íntima a Contigo!, contando, por exemplo, que está há mais de três anos sem sexo, desde o romance com Marcos Paulo, 58 - e que tudo bem, não faz falta. Não adianta nem apertar mais citando as críticas feitas ao seu exagerado bronzeado ou à sua atuação como Chiara em Caminho das Índias. Inveja, é a resposta de Vera. E, em relação a drogas e álcool, garante estar ''tranquilona''. Acompanhe o papo com a musa.

Escrever funciona como análise?

É uma autoanálise, porque psicanalista comigo não dá certo. Imagina, você tem de ter vontade de falar naquela hora marcada. Sabe o que eu faço? Paro tudo, sento e fico pensando nas coisas que tenho de compreender, no que não entendo ainda, no que vou buscar... Eu penso muito. E sempre chego a conclusões novas. No livro, não re-escrevi nada, é tudo de primeira mão.

Você começa o livro lembrando a fase de miss, um acontecimento, quase que por acaso, que determinou sua vida toda, não?
É, quando a oportunidade de ser miss apareceu, peguei para sair da casa dos meus pais. Eu era contra esse negócio de ser miss, me considerava uma intelectual, e era um mico ter de desfilar de maiô. Mas era o passaporte para minha liberdade, tinha de ganhar e ganhei. Sempre tive mentalização positiva, e isso dá certo!

Você não se arrepende de ter começado como miss? Será que não teria se dedicado mais a suas poesias e teria virado uma intelectual mesmo?
Não, não me arrependo de nada porque adoro minha vida. Adoro até as babaquices que fiz, os sofrimentos que passei. Porque tudo me fez ser o que sou hoje. Acho minha vida muito rica, muito rica.

Ainda na época de miss, você contou que ficou chateada por te confundirem com uma garota de programa. Foi assim por muito tempo na sua vida?
É, porque tem muita miss que foi assim. Não acham que toda loira tem de ser burra? Era um pacote ser miss, depois fazer pornochanchada... Mas não fui uma miss que casou com milionário, não virei prostituta. Antigamente, ficava chateada porque meu corpo era sinônimo de símbolo sexual. Os brasileiros associam nudez com sexo e isso me chocou um pouco. Eu vim de família alemã, os valores são outros. Na minha casa, meus pais andavam nus e eu também. Nudez era uma coisa natural.

E você acabou ficando com uma imagem de que fazia sexo com todo mundo...
Foi por causa da pornochanchada. Tive poucos homens na minha vida, conto nos dedos. Na verdade, tive dois grandes amores, que foram o Perry (Salles, 70) e o Felipe (Camargo, 48). E vivi minha vida inteira praticamente casada. O resto, só alguns namorados. Pô, sou uma pessoa de amor, não sou uma pessoa de transa. Agora, quero encontrar o homem certo, que é alguém igual a mim, e pode ser com 60, 70 anos, sei lá. Deve estar em algum lugar aí no mundo. Se estiver, vou encontrar. Sou a última romântica.

Sente falta de namorar?
Estou solteira há muito tempo. O último que namorei foi Marcos Paulo (ator e diretor) e já tem muito tempo (o namoro durou três meses e terminou em outubro de 2005). Mas não sinto falta de namorado. Não tenho mais paciência para namorar. Se eu não amar, não rola mais. Já passou essa fase de querer transar.

Você não transa mais?
Tem uns três anos que eu não transo, desde o Marcos Paulo que não transo.

E não faz falta?
Não, e não faço nada. Sexo não me faz falta. Sexo, para mim, agora, tem que estar aliado ao amor.

E estaria aberta para outras coisas, como amar uma mulher?
Já tentei, mas é muito ruim, é chato, desagradável. Nunca fui para a cama com uma mulher, mas as mulheres já me cantaram muito. Gosto de homem. Tem de ser um corpo diferente.

Não sente solidão?
Não tenho o menor problema de não estar namorando, tenho amigos, poucos, mas bons e fiéis. Senti muita solidão no passado, mas passou, meu amor. Cada mês que passa, as coisas mudam para mim. Se não, você pode ter certeza de que ninguém mais teria curiosidade a meu respeito. Tem de ser assim, se não, ninguém mais quer saber da gente.

Hoje você é feliz e realizada?
Sou muito feliz. Fico feliz de ter feito tudo o que fiz, me tornei uma pessoa curiosa. Há uma época na vida em que a gente pensa que para ser feliz precisa de um amor ou de ser rica, ou de ser profissionalmente bem-sucedida. Com o tempo, fui vendo que a felicidade é um estado de espírito.

Você se acha melhor hoje?
Claro, meu amor. Tanto fisicamente quanto mentalmente, não tem comparação. Quando eu tinha 20 anos, era ridícula. Era preconceituosa, não tinha conhecimento. E era mais gordinha, mais cheinha, tinha o rosto redondo. Acho que fui ficando bonita.

Você conta no livro que começou a brigar com a balança cedo, aos 16 anos. A luta continua?

Sempre fui gordinha. Mas depois que comecei a me tratar com o dr. Alberto Serfaty (endocrinologista), há uns dez anos, aprendi a comer. Uma vez, engordei muito e cheguei a 70 e poucos quilos, e ele me emagreceu com remédios. Não tomo mais remédio, mas volta e meia vou lá, faço checkup, ele me dá vitaminas. Como de tudo. Se num dia como mais, no dia seguinte como menos. É um 'contrabalanço', um equilíbrio. Agora estou no meu peso certo, 60 quilos (ela mede 1,72 metro). Já tive com 56 e fiquei muito magra, que é feio, e já tive 70 e poucos quilos, e é feio também ser gorda. O peso ideal para mim é esse, entre 59 e 61 quilos. Não é difícil manter.

Tem feito algum exercício?
Olha, quando posso, faço uma ginástica, mas estou sem tempo e só posso à noite. Aí chego cansada... às vezes, faço, mas nada muito puxado.

Você não mostra mais seu corpo. É vergonha?
Não, isso passou há muito tempo. Veio a compreensão e hoje tenho orgulho do meu corpo. As pessoas só não me vêem de biquíni por aí porque não vou à praia. Tenho piscina em casa, não gosto de multidão, vou fazer o quê na praia? E não tenho mais que mostrar meu corpo. A última vez que posei nua foi com 50 anos. Foram fotos bem ousadas e foram as últimas, fechei com chave de ouro. Agora, é claro que, se tiver um filme, uma novela ou uma peça em que tenha de ficar nua, não terei vergonha.

O que acha de quem critica seu bronzeado?
As pessoas falam como se eu não fosse bonita queimada. Fico linda queimada. Sou loira, de olho claro e não me gosto branca, acho que não combina comigo, sou solar. Uso protetor, mas nunca fator 30, no máximo 15. Fico com aparência mais saudável, não preciso usar tanta maquiagem, entendeu? Quem fala mal de mim é porque é invejoso.

Se sente mal por estar fazendo um papel de coadjuvante?
Olha só, quando eu fazia o personagem central, tinha sempre uma amiga com quem desabafava. Agora, o papel se inverteu. Tudo bem, não tenho o menor problema com isso. Pra mim, é mais interessante trabalhar do que ficar em casa. Não importa o papel que me dão, não ligo. É meu trabalho, vou lá e faço. Tem gente que não aceita papel de coadjuvante, como uma atriz aí que não vou falar o nome, que recebeu um prêmio e não foi receber porque disse que não era nunca coadjuvante. Não sou assim mesmo. Já fiz muita coisa maravilhosa na minha vida e já provei meu talento. E o povo me ama. É unânime.

O que acha das críticas?

Não consigo ligar para a crítica, porque crítico é pobre, eles não ganham dinheiro fazendo crítica. Como é que vou dar valor a isso, cara? Sei quando estou fazendo bem uma coisa, e faço bem meu papel. Eu sou uma boa atriz. Sei disso. Ninguém conseguiu me derrubar nunca, vão conseguir agora? Já quiseram que eu me acabasse, que eu ficasse louca...

Você não se acha louca?

Sou uma louca saudável.

Por que não bebe, não usa mais drogas?
Bebo champanhe e vinho tinto. E não sei quando foi, mas, no ano 2000, já estava assim tranquilona, e cada vez estou ficando mais. Há muito tempo estou quieta, o que não quer dizer que não apronte (risos). Escrevi livros, pintei quadros, fiz filmes trash, estou aprontando, pô! À medida que o tempo passa, eu não fico menos, eu fico mais. Sou ''à vera'', verdadeira. Meu nome já significa isso.

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