terça-feira, 21 de junho de 2011

CRUEL - Com Reynaldo Gianecchini, Maria Manoella e Erik Marmo



“Ainda que um marido vivesse mais de cem anos nunca poderia saber nada sobre a verdadeira existência de sua mulher. Poderá conhecer o mundo, o universo, mas nunca essa pessoa com a qual ele convive”.


Estreia 27 de junho, no Teatro FAAP




CRUEL é uma mistura de drama e suspense. Entre outras, as características dos personagens mesclam ingenuidade, manipulação, egocentrismo e soberba. A história traz relações de amor e amizade, ódio e paixão, volúpia e desconfiança, entre outros sentimentos inerentes à natureza humana.

Esses ingredientes compõem um duelo magnetizante em jogo cênico dinâmico e surpreendente, que estreia dia 27 de junho, no Teatro FAAP.

Com direção de Elias Andreato, que também traduziu e adaptou o texto Creditors (“Os Credores”), de August Strindberg, Cruel reúne no palco os atores Reynaldo Gianecchini, Maria Manoella e Erik Marmo.

“Tenho esse projeto desde 1983, quando atuei em “Senhorita Julia”, de Strindberg. Dali em diante li várias coisas do autor e fiquei apaixonado pelo Os Credores. Tentei montá-lo durante todo esse tempo, e agora concretizo esse desejo”, conta Andreato.

Para ele, a narrativa é extremamente pertinente, atual e instigante. “Preferi Cruel ao título original, porque ele combina mais com a peça, com os personagens e com o autor, em relação à observação do cotidiano da alma humana”, explica.

“É teatro moderno. Strindberg foi o primeiro autor a fazer teatro em uma sala escura, onde o espectador só vai assistir; espiar sua própria vida pelo buraco da fechadura. E para isso precisamos ser naturais, convencê-lo de que isso é verdade”, diz ele. “Precisamos contar bem uma história, compor os personagens com todas as contradições, psicologismos, e emoções”, completa.

Notadamente, a predominância da violência psicológica é uma marca na obra do sueco. Logo, Cruel apresenta uma destruição de mente pela mente.

Movido pelo sentimento de vingança, Gustavo (Reynaldo Gianecchini) é o vetor da história. Muito perspicaz e orgulhoso, ele desenha os acontecimentos e os conduz à direção em que premedita.

Adolfo (Erik Marmo) é um pintor inseguro, facilmente manipulado, mas sutilmente forte. Casado com Tekla, (Maria Manoella), uma bonita, sedutora e sagaz escritora, cai na armadilha do egocêntrico e cruel Gustavo, ex-marido de Tekla.

Ela, objeto de desejo dos dois (de formas diferentes), apesar de sua frieza e inteligência, é vitimada pela articulação mal intencionada de Gustavo.

Segundo Gianecchini, os três são personagens paradoxos. “Eles são cheios de dualidade e complexidade. Falam uma coisa e pensam outra; fingem emoções. Também são muito ricos internamente”, revela o ator.

“Eu, realmente, estava querendo fazer parte de uma montagem simples, em horário alternativo e que comunicasse com o grande público. A Célia e a Selma, da Morente Forte, e o Erik já queriam produzir um projeto nesses moldes. Convidaram o Elias que trouxe o texto, eu adorei a ideia de trabalhar com amigos, de estudar um clássico e ter o Elias como maestro”.

Manoella concorda com ele. “Gosto de trabalhar com textos consagrados. Isso está cada vez mais raro. Acho uma grande oportunidade, um grande exercício. Essa peça é atual, moderna e quebra paradigmas. Aborda as relações humanas, de casal, envolvendo temas como lidar com separação, com o marido, o ex-marido, o ciúme... Enfim, assuntos do nosso dia a dia”.

A energia dúbia de Adolfo é o que encantou Erik Marmo. “É muito interessante o paradoxo em que ele vive. É fraco e forte ao mesmo tempo. Loucamente apaixonado por sua esposa, é capaz de ir às últimas consequências”.

No palco, mais do que ações e gestos, as mentes se enfrentam. A mais ardilosa vence a batalha. A mais ingênua perde a guerra, pois é considerada frágil e destrutível.

Com isso, é deflagrada uma corrente de forças, em que os personagens tentam ser vencedores de seus próprios conflitos. Cruel é, também, um xeque-mate a instituição do casamento.

Esse projeto inaugura o horário das segundas e terças do Teatro FAAP

CRUEL

Teatro FAAP (506 lugares)
Rua Alagoas, 903 – Higienópolis.
Informações e Vendas: 3662.7233 e 3662.7234.
Bilheteria: de quarta à sábado, das 14h às 20h. Domingo das 14h às 17h.

Aceita cartão de débito e crédito: Visa, Máster ou Dinners. Não aceita cheque.

Estacionamento gratuito, com vagas limitadas. Acesso para deficiente. Ar-condicionado.

Segundas e Terças, às 21h.
Ingressos: R$ 40.
Duração: 70 minutos
Recomendação: 14 anos
Estreia 27 de junho.
Temporada: até 04 de outubro.

Ficha Técnica:

Cruel, de August Strindberg
Direção e Adaptação: ELIAS ANDREATO
Elenco: REYNALDO GIANECCHINI, MARIA MANOELLA e ERIK MARMO
Cenário e Figurino: FÁBIO NAMATAME
Iluminação: WAGNER FREIRE
Trilha Sonora Composta: DANIEL MAIA
Direção de Arte: LAURA ANDREATO
Assistente de direção: ALINE MEYER
Preparação Corporal: VIVIEN BUCKUP
Preparação Vocal: EDI MONTECCHI
Fotos: JOÃO CALDAS
Programação Visual: VICKA SUAREZ
Produção Executiva: MAGALI LOPES
Coordenação de Produção: EGBERTO SIMÕES
Produtoras: SELMA MORENTE e CÉLIA FORTE

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